Xilogravuras

As gravuras, sob a lente artística de Jô Lobo, tornam-se mais do que meras impressões; elas evocam uma dança ancestral entre a madeira esculpida e a tinta, uma coreografia de texturas e linhas que se desdobram como narrativas visuais. Cada entalhe na matriz é uma promessa de história, uma promessa de um mundo que se desvela quando a tinta encontra o papel.

Nas gravuras de Jô Lobo, encontramos a essência da simplicidade e autenticidade. É uma celebração do rústico e do artesanal, onde a conexão direta entre a artista e o meio é evidente. Cada impressão é uma revelação, um convite para explorar o relacionamento entre a natureza e a expressão humana.

As xilogravuras de Jo Lobo são uma homenagem à tradição, mas também uma expressão inovadora do potencial da técnica. É um lembrete de que, mesmo em nossa era digital, as formas mais simples de arte ainda têm o poder de nos tocar profundamente.

O Processo

O processo de produção de gravuras é uma sinfonia de artesanato e criatividade, uma composição musical que começa com a escolha cuidadosa da madeira, uma partitura em branco aguardando sua melodia. Cada entalhe na matriz de madeira ou linóleo é uma nota musical, uma escultura meticulosa que se torna uma sinfonia de linhas e formas. A matriz é esculpida com cuidado, criando uma partitura visual que será tocada no papel em branco.

A próxima etapa é a aplicação da tinta, um momento em que a partitura ganha vida a partir de um ato de equilíbrio, onde a quantidade certa de tinta se torna a essência da mensagem a ser transmitida, como o tom perfeito em uma composição musical.

Cláudio Guedes e Jô Lobo
Fotos de Bia Brasileiro

Finalmente, a matriz é prensada contra o papel e a música acontece. A tinta encontra seu ritmo nas fibras do papel, revelando a partitura esculpida na matriz. É o momento em que a composição entre a natureza, a artista e o meio, atinge sua culminação. Cada impressão é uma sinfonia visual, uma celebração da conexão entre o ser humano e a matéria orgânica. É uma obra de arte que ecoa através do tempo, uma lembrança poética de que, mesmo em tempos modernos, as formas mais simples de arte ainda têm o poder de nos transportar para um mundo de beleza e significado.