Desamarros

Poética
Desamarros
Processo de Montagem

Desamarros

Quem sou eu?
Sou marionete, sou escravo, cobaia?
Sou uma pessoa, um in-divíduo?
Quem é o manipulado aqui?
Quem é o manipulador?
Sou carcereiro de mim quando não sei quem sou...
Às vezes me encadeio em sentimentos, em raciocínios derramamentos de ideias rastejantes incisivas corriqueiras profundas divagações confusas memórias infantis...
Escravizo-me quando supro as demandas dos outros... dos espelhos e daquela parte de mim que exige que eu saiba aquilo que nem mesmo preciso saber
Transbordo.
Mergulho nas águas de minhas emoções e morro um pouco a cada dia
Entre mortes e vidas, despertares, sonos e sonhos, ouço do mais profundo um sussurro bem baixinho sobre toda a pequenez e grandiosidade de quem sou.
Sou nada
Sou tudo
Vazio e completude.

Vejo a ilusão... desiludo e então volto à essência
Neste movimento amoroso e desidentificado, livre de certezas, de definições, de resistências ou desejos, liberto consciências

Sou extensão do Criador de tudo o que há

Hoje me desapego das introjeções, das projeções, das rebeldias e dos conflitos.
Pois sei que sou UM.
Neste meu Universo, sou único
Eu! somente eu existo!
Muito prazer em me reconhecer
Em lhes reconhecer.... meus espelhos!
Mães avós filhos livros cães mãos bocas olhares
Tudo e todos que me refletem e não me manipulam mais!
Criei meu mundo.
Agora as certezas tão maleáveis, flexíveis... me emocionam
Pois tudo, tudo, tudo acontece a meu favor...
Nunca contra mim
e em um dado momento me libertam...

Não preciso mais me defender...
nem me justificar
Não mais acusar
nem me culpar...

A escolha já foi feita
e o que me resta é Amar

Desamarros

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Apoio técnico para desenho e execução: Anna Lobo
Curadoria e Montagem: Cláudio Guedes e Tatiana Ferro
Fotografia: Anna Lobo